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Mostrando postagens de maio, 2018

Linguagens artísticas, forças e motivos para continuar

Antes de tudo, a arte é um meio de comunicação. Não há uma receita pronta, tampouco se trata de dom artístico, o que existe é a manifestação das experiências pessoais, sociais e culturais de cada pessoa. Há boas razões para crer que a linguagem artística, sendo ela um instrumento de inclusão social, proporciona aos indivíduos uma postura mais ativa como cidadão. Falamos aqui da arte como exaltação do poder. Apesar das inúmeras diferenças culturais e históricas entre as sociedades, a arte dispõe de uma linguagem universal e se espalha. Pobres e ricos, brasileiros e japoneses, mulheres e homens, todo mundo com a mesma necessidade de expressão. Desde os tempos primórdios, as artes “rupestre” e “parietal” (ou seja,criações artísticas pré-históricas ao ar livre e no interior de grutas e cavernas) já denunciavam a vontade de entender e ser entendido dos nossos ancestrais, tal como um instinto inerente à natureza social do homem. Mas afinal, como a arte pode transformar vidas? Imp

Como nasceu o Espaço Cultural Filhos do Quilombo?

“ No ano de 2011, a Agefis retirou a tenda onde treinavam os capoeiristas, alegando ocupação da área pública. Diante disso, artistas da comunidade Sol Nascente e os simpatizantes engajados com a causa  se  mobilizaram na resistência contra a desativação do espaço. Em desfecho favorável, a área foi liberada, dando, assim, continuação ao trabalho inclusivo na maior comunidade do DF” Assim o professor Thiago Dutra, mais conhecido como contramestre "Lagartixa", resume o ponto alto da história do Espaço Cultural Filhos do Quilombo . O nome, por sua vez, defende o resgate às origens. Afinal, as colaborações da cultura africana para a construção da identidade brasileira são evidentes, e estão por toda parte. Ele, ao lado de outros militantes do cenário artístico-cultural da Ceilândia e do Entorno, mantém o espaço há mais de sete anos assegurando arte, lazer e entretenimento aos jovens que não têm acesso à cultura. O lugar está caminhando para se tornar, oficialmente, uma praç

Por que devemos ensinar a cultura afro-brasileira?

Um país de cores, credos e muito gingado, assim se define o Brasil. Não é à toa que a cultura “afro” se manifesta na música, na religião e na culinária brasileira. Há quem diga que apadrinhamos os costumes africanos como manifestações artísticas genuinamente nacionais. Mas nem sempre foi assim. Não faz muito tempo que as tradições culturais africanas eram vistas com repúdio pelos europeus, contudo, conseguimos desmistificar essa visão ainda no século passado — foi quando o Brasil reconheceu que, nós, brasileiros, construímos uma identidade cultural em comum com os africanos. O que teria acontecido, então, com os africanos recém-chegados em solo brasileiro à época? Obviamente, eles se miscigenaram com os nativos brasileiros. Seja como for, a certeza é a de que somos todos afrodescendentes. Por paradoxal que pareça, as pessoas de pele clara, olhos azuis ou cabelo loiro podem ser — e são — tão afro-brasileiras quanto um negro, ou até mais.  Quebrando tabus – Autor de “O

“Kombo Arte Afro” promove a inclusão social por meio da cultura afrobrasileira

O Ikigai – palavra japonesa que se traduz como a “razão de ser” – do andarilho Célio Zidório, popularmente conhecido como Célin du Batuk, está definitivamente nos tambores. Ainda na infância, o “pequeno” Célin gostava de batucar nas paredes, portas, mesas e garrafas de sua casa. Uma prova de que a percussão, em seu sentido subjetivo, desnuda a alma desse artista por completo, significando o “tic tac” de seu coração. O mineiro de Cataguases escolheu Brasília para ser seu novo lar, ainda na década de 80. Figura conhecida do cenário artístico brasiliense, Célin atua com cultura popular percussiva há mais de 20 anos. Um dos legados de Célin du Batuk é o Grupo Cultural de Percussão Popular Batukenjé, que coordena com maestria desde 2006. O nome ( s.f: vem da língua Yorubá e significa tocar um som alegre e para o divino, levar alegria às pessoas) foi um presente do Mestre Angoleiro. Unindo o útil ao agradável A veia da solidariedade – diga-se de passagem, uma herança da m