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Como nasceu o Espaço Cultural Filhos do Quilombo?

No ano de 2011, a Agefis retirou a tenda onde treinavam os capoeiristas, alegando ocupação da área pública. Diante disso, artistas da comunidade Sol Nascente e os simpatizantes engajados com a causa se mobilizaram na resistência contra a desativação do espaço. Em desfecho favorável, a área foi liberada, dando, assim, continuação ao trabalho inclusivo na maior comunidade do DF”
Assim o professor Thiago Dutra, mais conhecido como contramestre "Lagartixa", resume o ponto alto da história do Espaço Cultural Filhos do Quilombo. O nome, por sua vez, defende o resgate às origens. Afinal, as colaborações da cultura africana para a construção da identidade brasileira são evidentes, e estão por toda parte.
Ele, ao lado de outros militantes do cenário artístico-cultural da Ceilândia e do Entorno, mantém o espaço há mais de sete anos assegurando arte, lazer e entretenimento aos jovens que não têm acesso à cultura.
O lugar está caminhando para se tornar, oficialmente, uma praça. Agora o coletivo segue lutando pela liberação de uma emenda parlamentar para a concretização desse sonho. 


Um pouco de história 

Em meados de 2008, o Cio das Artes ocupava a parte externa do Filhos do Quilombo (o beco seria ocupado pelos capoeiristas anos depois). Lá acontecia o projeto Roda do Nego D'Água, viabilizado graças a uma emenda da deputada federal Érika Kokay (PT-DF) aprovada para o Cio das Artes.

O idealizador do projeto Reginaldo Dias da Silva, em parceria com o grupo Legado Capoeira Raíz e Tradição, desenvolvia oficinas gratuitas de capoeira para a comunidade em geral.  Mas foi em 2012 que teve início o movimento “Transforma-Ação” — a arte como forma de protesto. A rebelião cultural rendeu grafite nos muros e muitos trabalhos sociais à época. 


Hoje 

A ideia é que o espaço também ofereça um teatro, uma casa de farinha, biblioteca e sala de computação. Essas duas últimas serão alocadas em dois postinhos de polícia desativados.  

O Espaço Cultural surgiu da necessidade de um lugar físico para reunir pessoas com o mesmo ideal. Oficinas de capoeira, artesanato, percussão e teatro, danças folclóricas e eventos beneficentes agitam moradores do Sol Nascente, tudo de forma gratuita, fazendo com que as pessoas se sintam acolhidas e tenham outra perspectiva de vida, ocupando o tempo livre com novos aprendizados. 

Atualmente, o espaço recebe o projeto “Kombo Arte Afro”, que teve início no começo do mês, voltado para crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, moradores do Sol Nascente. As oficinas, cujas vagas ainda estão abertas, são ministradas aos sábados, gratuitamente, das 15h às 18h. 


por Proativa Comunicação
redação: Nayara Sousa