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Linguagens artísticas, forças e motivos para continuar

Antes de tudo, a arte é um meio de comunicação. Não há uma receita pronta, tampouco se trata de dom artístico, o que existe é a manifestação das experiências pessoais, sociais e culturais de cada pessoa.

Há boas razões para crer que a linguagem artística, sendo ela um instrumento de inclusão social, proporciona aos indivíduos uma postura mais ativa como cidadão. Falamos aqui da arte como exaltação do poder.

Apesar das inúmeras diferenças culturais e históricas entre as sociedades, a arte dispõe de uma linguagem universal e se espalha. Pobres e ricos, brasileiros e japoneses, mulheres e homens, todo mundo com a mesma necessidade de expressão.

Desde os tempos primórdios, as artes “rupestre” e “parietal” (ou seja,criações artísticas pré-históricas ao ar livre e no interior de grutas e cavernas) já denunciavam a vontade de entender e ser entendido dos nossos ancestrais, tal como um instinto inerente à natureza social do homem.

Mas afinal, como a arte pode transformar vidas?

Impossível não lembrar do projeto “Na Ponta dos Pés” dentro do Complexo do Alemão, mais precisamente na favela “Morro do Adeus”. É lá que uma jovem bailarina ensina balé para garotas de sua comunidade, todas elas em situação de vulnerabilidade social e reféns do conflito quase diário entre traficantes e policiais.

A menina Tuany Nascimento, que já representou nosso país em competições internacionais de balé, viu seu sonho se desfazer devido à falta de recursos para continuar. Só que a vida dá reviravoltas – e a dela veio em 2012, quando deu vida ao projeto.

Tuany segue firme na luta para terminar a obra da sede do projeto, um Centro Comunitário. Tudo isso movida pela paixão e, também, o sonho de continuar dançando. Atualmente, são 61 garotas atendidas no grupo, na faixa etária dos três aos 18 anos.

Certeza, só uma: as rebeliões culturais das periferias estão ampliando a voz das comunidades mais carentes, contribuindo, assim, com a cobrança por mais ação das políticas públicas existentes.

As manifestações, muitas vezes ascendidas por coletivos de artistas, lutam para que crianças e adolescentes adquiram um processo de identidade cultural e cidadania autônoma. Os grupos trabalham, inclusive, com a autoestima dos jovens, para que eles possam fazer considerações positivas no relacionamento social.

por Proativa Comunicação
redação: Nayara Sousa