Qual a primeira coisa que vem à sua cabeça
ao ouvir as palavras “desperdício”, “resíduos” e “sucatas”? Na perspectiva da
reciclagem, todas elas são sinônimo de oportunidade.
O grupo Tambores Pentecostais, que atua no
bairro da Zona Sul de Manaus, é um exemplo de como a gestão sustentável de
resíduos ganha outro sentido em mãos certas. Lá, eles transformam garrafas,
barris e caixas de pizzas em repiques, chocalhos, surdos e até tambores.
Em Brasília, o Grupo Cultural Batukenjé segue
o mesmo princípio do Tambores Pentecostais: transformam lixo em música. O
mestre Célin du Batuk, também idealizador do projeto social Kombo Arte Afro,
faz um trabalho de conscientização ambiental com seus alunos. Os aprendizes,
por sua vez, aprendem que bombonas plásticas e latões podem se tornar mini
tambores em instantes.
O resultado possibilita batidas de funk,
maracatu, samba-reggae, soul e xote, que compõem o estilo musical do grupo, que
é conduzido com orgulho, e muita paixão, por Célio Zidório (nome de batismo de
Célin du Batuk).
Iniciação musical e consciência ambiental
“A música é capaz de reproduzir, em sua
forma real, a dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria”. A frase de
Ludwig van Beethoven traduz, em sua forma mais singela, como a música dá
sentido à vida.
E sabemos que não é preciso um instrumento
musical para se fazer música. Ela simplesmente acontece entre um bater de
palmas e estalar de dedos. A criatividade é que dita o ritmo sem desafinar. No
Kombo Arte Afro, por exemplo, a falta de um tambor ou repique nunca foi
empecilho para a não continuidade das atividades.
A customização de instrumentos sucateados foi
a solução que Célin du Batuk encontrou para conscientizar as crianças e os
adolescentes, em sua maioria os que vivem em situação de vulnerabilidade
social, sobre sustentabilidade. Um chocalho feito de garrafa “pet” mostra
exatamente como a música é acessível a todos.
por Proativa Comunicação
redação: Nayara Sousa